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“É preciso estar preparado para quando o mercado voltar a crescer”, diz executivo

Mercado não pode esquecer dos problemas vividos na crise, pois é nela que nascem as oportunidades


O tema que foi discutido durante o Automotive Logistics South America, destacou ainda que as exportações podem ser o melhor caminho para essa recuperação. Na opinião de Ana Paula Quaresma, diretora de marketing da América Latina na Wallenius Wilhelmsen Logistics, "sabemos onde estão as exportações e onde está o crescimento, e é aí que precisamos estar". Segundo ela, o foco da companhia está em ajudar as exportações e afirmou estarmos vivendo um desequilíbrio, “mas podemos resolver isso".

Quaresma apontou para exemplos onde o crescimento poderia vir para a WWL, incluindo até mesmo o mercado em alta demanda na América do Sul. Ela disse que o Chile estava mostrando sinais positivos em termos de compra de veículos e que a construção, mineração e desenvolvimento agrícola “estavam em andamento na Bolívia e no Peru”, e que poderia ver as máquinas usadas sendo deslocadas no Brasil.

“Uma das vantagens das difíceis lições aprendidas nos últimos anos é que há uma abordagem mais realista entre as empresas que operam na região da América do Sul. A vantagem é que sabemos o que está acontecendo e reduzimos nossas expectativas", afirmou Alex Feijolo, diretor de vendas e marketing da Gefco Brasil. Para ele, ninguém está fazendo investimentos esperando um grande retorno, mas afirmou que a indústria automotiva está focada no desenvolvimento de novos modelos e na manutenção da quota de mercado.

Os baixos níveis de produtividade e volumes na América do Sul no momento também significam que as empresas automobilísticas têm espaço para melhorar seus processos, o que segundo Marcelo Navarro, gerente sênior da MP & L Brasil na Jaguar Land Rover é difícil de fazer em períodos de produção máxima.

Neuton Karassawa, Diretor de Logística da América do Sul da General Motors, salientou o mesmo ponto, sugerindo que este era o momento de fazer algo diferente, em vez de reclamar e continuar a deriva em águas estagnadas. Ele ressaltou que a palavra "crise", escrita em mandarim, é composta por dois ideogramas - um que significa perigo e outro que significa oportunidade. "Este é o momento de trazer novas ideias para os desafios que enfrentamos. As próprias organizações estão abertas a novas ideias em tempos de crise. Fazemos coisas que em situações normais, nunca pensariamos. Agora temos de ser agentes de mudança", disse.

Segundo ele, é preciso mudar o pensamento de “ser bombeiro que respondem a problemas” e “dedicar o tempo para redesenhar o modelo e olhar para como podemos nos preparar antes do rebrota".

Nesse sentido ele disse ser crucial ter disciplina para executar planos elaborados em momentos de crise “porque esses planos são facilmente esquecidos quando o mercado volta ao crescimento normal e velhas estratégias surgem de novo”.

E finalizou dizendo que “enquanto o Brasil não está mais no grupo líder de países emergentes e o 'B' caiu atualmente do 'BRIC', aderir às inovações que emergem da atual crise do Brasil poderia colocá-lo lá”.