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Donald Trump é eleito novo presidente dos Estados Unidos

Oito anos depois da era Barack Obama, a maior potência militar do planeta volta para as mãos dos republicanos.

Acompanhada sob clima de tensão como poucas eleições na história dos EUA, a apuração indicou, às 5h30min desta quarta-feira, que, ao conquistar pelo menos 277 delegados no colégio eleitoral, o bilionário Donald Trump, 70 anos, foi eleito o 45º presidente americano. Oito anos depois da era Barack Obama, a maior potência militar do planeta volta para as mãos dos republicanos. As projeções também indicavam que os republicanos manteriam o controle do Senado e da Câmara dos Deputados.

Em sua primeira mensagem como presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump disse que será o presidente “de todos os americanos”, e se comprometeu a tratar com justiça todos os países. Cercado por seus familiares, o novo presidente americano disse que sua adversária, Hillary Clinton, o telefonou para felicitá-lo por sua vitória e disse que os Estados Unidos têm uma “dívida de gratidão” com ela.

Hillary Clinton, 69 anos, do Partido Democrata, que preparava uma festa de vitória no centro de convenções do Jacob K. Javits, conquistou ao menos 218 delegados. Antes do fim da apuração, militantes já haviam deixado o local, frustrados. Em frente ao Rockefeller Center, em Nova York, o clima era de decepção. Alguns eleitores levavam a mão à boca, não acreditando. Outros, abraçados a bandeiras dos EUA, choraram. Trump não é um republicano tradicional. Pelo contrário, fez campanha apresentando-se como um outsider, um não político — a rejeição de velhos caciques do partido até pode ter ajudado. E essa descrença dos americanos na política tradicional reverberou como música nos ouvidos dos eleitores indecisos, especialmente a classe média.

Além disso, o megabilionário do ramo imobiliário abusou do seu estilo showman para tentar conquistar os americanos. A vitória de Trump começou a se desenhar há duas semanas, quando o FBI voltou a questionar o uso por Hillary de um servidor privado para troca de e-mails sigilosos à época em que era secretária de Estado de Barack Obama. O órgão acabou liberando a ex-senadora de nova investigação mas o estrago já estava feito. E se mostrou muito tarde para recuperação.

Nem a tropa de choque democrata, com Obama, Michelle, Bill Clinton e a filha Chelsea, foi suficiente para virar o jogo. Nesta madrugada, a derrota de Hillary começou a se consolidar quando perdeu na Flórida, decisivo para chegar à Casa Branca. Em seguida, Trump venceu também em Ohio e Carolina do Norte. O golpe fatal no sonho de Hillary foi quando ela perdeu na Pensilvânia. À medida que a apuração indicava a possibilidade de vitória de Trump houve uma onda de turbulência nos mercados mundiais.

Na Ásia, as bolsas tinham recuos significativos — Tóquio fechou em queda de 5,36% e Hong Kong recuava 2,8%. O índice futuro do S&P500, que indica como a Bolsa de Nova York deveria reagir na abertura do pregão, caía 4%. Uma das moedas mais afetadas era o peso mexicano, que despencava cerca de 10% em relação ao dólar em razão do temor de que Trump acabe com o acordo de livre comércio dos Estados Unidos com o país vizinho.

Baixaria da campanha extrapolou para urnas
Acompanhada do marido, Bill, Hillary votou cedo da manhã, na localidade de Chappaqua, onde o casal tem uma residência de fim de semana. Depois do vermelho do grande comício de encerramento da campanha na segunda-feira na Filadélfia, ontem ela usava tons pastéis. A ex-senadora cumprimentou mesários e disse que estava muito feliz. De terno escuro e gravata azul, Trump votou no final da manhã, em Nova York. O momento de registrar seu voto teve tom jocoso, a exemplo de sua campanha, que misturou momentos de descontração, bizarrices e acusações sem provas. Na urna eletrônica, antes de votar, Trump foi flagrado por câmeras de TV dando uma espiadinha no voto da mulher, Melania, que estava na urna ao lado. Virou meme.

O momento de descontração parou por aí. O casal foi vaiado ao sair do centro de votação. A baixaria da campanha extrapolou para as urnas. Alguns democratas reclamaram de terem sido hostilizados nas filas de votação por simpatizantes de Trump. O 8 de novembro foi o ponto final de uma das campanhas mais sujas da história americana – com trocas de acusações verbais e cada um dos candidatos lançando mão de estratégias para desqualificar o adversário. Antes do fim do dia, Trump denunciou fraudes, sem provas. Pedido na Justiça para revisão da votação em Nevada foi rejeitado.

Fonte: Zero Hora