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TOC Americas | Hora de ser mais “seletivo”, diz FMC

Chairman da comissão marítima norte-americana sugere aos embarcadores que façam escolhas cuidadosas diante da situação do mercado


Mediando um dos painéis da conferência TOC Americas, o chairman da FMC (Federal Maritime Commission) dos Estados Unidos, Mario Cordero, afirmou que a capacidade da entidade em trabalhar as consequências da quebra de uma companhia marítima é “limitada”, e que o mercado não deve se surpreender se mais um episódio vier a acontecer nos próximos meses, seguindo a derrocada da Hanjin. Ele enfatizou que a comissão não desempenha qualquer papel formal nos processos financeiros por que passa a empresa sul-coreana, mas “vem tentando mitigar os impactos” aos embarcadores.

Um dos problemas com que a FMC tem lidado no momento é a crise de chassis porta-containers no terminal de Long Beach, onde cerca de 25% da frota está indisponível por encontrar-se parada com as unidades da Hanjin. Enquanto as empresas estão focadas em encontrar maneiras imediatas de impedir quebras na cadeia de suprimentos, Cordero levantou a questão: “quais as lições a serem aprendidas a partir dessa crise?”.

Quanto às previsões para a saúde financeira das empresas atualmente no mercado, Cordero disse concordar com as teorias de que a quantidade de armadores ainda pode ser diminuída pela metade nos próximos anos, em decorrência de fusões e aquisições, mas também por conta de ainda mais falências. Assim, ele advertiu: “o embarcador deverá ser bem mais ‘seletivo’ em sua escolha de parceiros”.

As observações do chairman da FMC indicaram que, hoje, a entidade já tem uma visão bem mais clara de como as alianças devem funcionar do que tinha em 2013, quando surgiram os projetos para a composição da Aliança P3, incluindo regras de mercado, operações, rotas e infraestrutura. Mesmo assim, com o exemplo da quebra da Hanjin, ele alertou para a responsabilidade aumentada que uma grande aliança traz para a cadeia de suprimentos: o incidente com o armador sul-coreano leva a questionar quais seriam as responsabilidades atribuídas aos parceiros em relação aos clientes de um dos membros do grupo – uma resposta que a FMC ainda não tem, mas vem estudando, segundo Mario Cordero.

Autora: Cleci Leão