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Como andam as coisas no segmento mundial de terminais?

Relatório da Drewry faz uma análise da situação dos terminais no mundo todo, diante da diminuição dos mercados, aumento das embarcações e fortalecimento das alianças entre armadores

“Investir e operar terminais de contêineres foi, por muito tempo, uma atividade altamente lucrativa e resiliente”, declarou uma fonte na última edição do relatório Container Insight, publicado pela britânica Drewry Maritime Research. “No entanto, a indústria global de portos pode estar entrando em uma nova fase de seu desenvolvimento, na qual uma série de variantes cruciais estão se mostrando cada vez mais desafiadoras”.

E a Drewry explica a projeção:
Crescimento refreado – depois do aumento mundial de cerca de 11% na movimentação de contêineres entre 2001 e a crise financeira de 2008/2009, a indústria cresce agora a um ritmo de 5% apenas, com destaque para o ano de 2015, em especial, que não passou de 1%, e para a previsão de 2016, estabelecida abaixo dos 2,5% de crescimento.
• Desde 2009, o tamanho dos navios vem crescendo vertiginosamente, as embarcações são transferidas de uma rota para outra e os portos já sentem a necessidade de se preparar para o aumento do tamanho das embarcações.
• Os custos, tanto de capital quanto operacionais, ainda estão em pleno crescimento “enquanto a demanda está relativamente estática”, aponta a Drewry.
• Na negociação de contratos, os terminais enfrentam do outro lado do balcão as grandes alianças de armadores, que detêm muito mais poder de negociação.
• O número de portos e terminais capazes de receber os grandes navios ainda é limitado, e as alianças estão sujeitas a passar por mudanças em um futuro próximo, devido às grandes aquisições, o que deve aumentar ainda mais a volatilidade.

A Drewry ainda menciona grandes interesses em torno da privatização e aquisição de portos, a preços que vêm galgando novamente, depois de terem atingido níveis moderados com o fim da era do crédito facilitado característica da década de 2000. O resultado é que, para terminais e operadores do mundo todo, tem ficado cada vez mais difícil manter seus níveis históricos de retorno Financeiro, uma vez que “os custos têm subido de maneira notável, enquanto o crescimento da receita está cada vez mais lento.

A sugestão do relatório da Drewry para enfrentar o mercado e mitigar alguns dos impactos negativos dos grandes navios e alianças seria a cooperação entre as empresas, além da manutenção do embate na negociação de preços, mesmo diante da forte resistência das companhias de navegação. Alguns terminais, no entanto, devem aceitar as margens e retornos menores, deixar o mercado ou então deixar de investir no aumento da capacidade por retorno insuficiente.