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Segundo incêndio em menos de nove meses em Santos mostra necessidade de fiscalização mais forte

Depois do terminal da Ultracargo em abril do ano passado, terminal da Localfrio foi atingido por chamas. Até o momento não foram confirmadas as causas do acidente

Nem um ano completo do incêndio que atingiu o terminal da Ultracargo em abril de 2015, o ano de 2016 já iniciou com mais uma “catástrofe portuária”. Na última quinta-feira (14), um incêndio de enormes proporções atingiu o Terminal 1 da empresa Localfrio, no Porto de Guarujá, litoral de São Paulo, por volta das 15h15.

De acordo com informações da assessoria de imprensa da Localfrio, o incêndio começou a partir de uma reação química da água da chuva com o produto denominado ácido dicloro isocianúrico que entrou em combustão, propagando-se e atingindo outros contêineres.

A Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), responsável pela área, afirmou que a Guarda Portuária – que administra o Porto de Santos – detectou o incêndio a partir do monitoramento realizado pelo sistema de câmeras. “Imediatamente foi acionada a brigada de incêndio para apoiar as operações de combate ao sinistro. Também participam do combate o Plano de Auxílio Mútuo do Guarujá, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e Cetesb”.

A companhia informou ainda que o incêndio ocorrido posteriormente atingiu outros 12 contêineres, forçando o isolamento da área. Pouco antes, os bombeiros chegaram a afirmar que a substância que vazou tinha características de amônia, mas a informação não se confirmou.

A Localfrio chegou a confirmar o atendimento de apenas uma pessoa, funcionária da empresa, enviada a um pronto-socorro por questões de segurança. O Corpo de Bombeiros, por sua vez, confirmou no início do registro a intoxicação de quatro, todos trabalhadores da companhia, que foram resgatados por colegas e também encaminhados para atendimento médico.

Ainda segundo a Codesp, as manobras de entrada e saída de navios para o terminal de contêineres da Santos Brasil, no Porto de Santos, foram suspensas pela Capitania dos Portos de São Paulo, no final desta tarde, por medida preventiva, até que a situação se normalizasse. A balsa entre Santos e Guarujá também chegou a ser interrompida durante 1h15.

O terminal para Contêineres da Santos Brasil, localizado ao lado da Localfrio, por medida preventiva, também teve suas operações paralisadas. Os demais terminais do Porto de Santos operaram normalmente. 

A Localfrio alega que a área foi imediatamente isolada e que todos os procedimentos de segurança foram adotados, inclusive com a retirada dos contêineres que estavam próximos ao foco do incêndio. No começo da tarde da sexta-feira (15) o fogo foi controlado e o corpo de bombeiros trabalhava somente com o resfriamento dos contêineres. Após a contenção do incêndio, o Corpo de Bombeiros contabilizou que, do lote de 85 contêineres do pátio, 50 pegaram fogo, sendo que alguns ficaram completamente danificados.

O terminal da companhia que opera com cargas frigorificadas está localizado na área do Porto, mas sem interface marítima. De acordo com a Codesp, as instalações não abrangem área de cais e as cargas operadas com navios ocorrem, principalmente, através do Terminal de Contêineres da Santos Brasil.

Em nota, a Localfrio informou que as causas do acidente continuam sendo averiguadas pelos órgãos competentes, acionados pela companhia imediatamente após o ocorrido. “Nossa organização, em todos os seus níveis, está acompanhando e contribuindo com todas as informações e suporte necessário. A Localfrio atua no mercado brasileiro há mais de 60 anos e esclarece que cumpre todos os procedimentos de segurança, saúde e meio ambiente, sendo pautada por respeito, ética e compromisso na relação com seus diversos públicos. A empresa lamenta profundamente o ocorrido e reitera que novas informações serão compartilhadas assim que disponíveis”, disse o comunicado.

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Fonte: Guia Marítimo