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Codesp estuda dragagem de aprofundamento para canal de navegação

Em parceria com a USP, INPH e professor da UFRJ, a Codesp pretende estudar a capacidade atual do canal de acesso e projetar o aumento para receber embarcações de até 400 metros

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) assinou, nesta semana, um contrato com a USP (Universidade de São Paulo), INPH (Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias) e o professor associado da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Gilberto Fialho, no qual contemplam a realização dos estudos sobre a atual configuração do canal de navegação do Porto de Santos e dragagem de aprofundamento. O objetivo é desenvolver obras de adequação para receber navios de maior porte sem que haja transtornos à região.

Os estudos envolverão recursos da ordem de R$ 10 milhões para avaliar, inclusive, os efeitos da dragagem nas praias. “Com este acordo de cooperação, nós vamos poder dar respostas aos nossos questionamentos. Alguns acham que o porto é o único responsável pelo assoreamento da Ponta da Praia. Isso não é verdade, mas o que vai dar resposta com muito mais embasamento é o estudo que vai ser feito”, afirmou Alex Oliva. Ele explicou que a Codesp tem 45 dias para apresentar um primeiro relatório ao Ministério Público (MP). “Dentro do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado com o MP, nós temos um acordo em duas etapas. A primeira era contratar o estudo. Acabamos de fazê-lo. A segunda é entregar o relatório que ainda não será conclusivo, mas que já vai trazer luz ao problema do assoreamento na Ponta da Praia”.

Os trabalhos vão avaliar a capacidade da atual configuração do canal de acesso ao Porto, o estudo do comportamento do canal com 15 metros de profundidade, a possibilidade geométrica para navegação de embarcações com 360 e 400 metros de comprimento, bem como quais as obras de proteção necessárias para evitar processos erosivos e deposição de sedimentos, objetivando otimizar o volume de material a ser dragado. Contemplam, ainda, as investigações das restrições que devem ser superadas para se chegar a uma profundidade de 17 metros, bem como a capacidade máxima do canal em termos de atracações. Para tanto, serão utilizados modelos matemático e físico, envolvendo a construção de um modelo reduzido do canal e do estuário, para avaliar, inclusive, os efeitos da dragagem nas praias.

Durante a assinatura do contrato, o diretor-presidente da Codesp, Alex Oliva, anunciou que o Porto de Santos vai ganhar um laboratório de centro de pesquisas, a ser construído em uma oficina desativada da Companhia Docas. O laboratório estará à disposição da cidade de Santos como um centro permanente de pesquisa. “Os cientistas poderão realizar experiências em escala reduzida neste modelo físico. Esta estrutura estará muito próxima do porto, permitindo uma interação entre o modelo reduzido e a realidade”, explica Oliva. “Faremos convênios com todas as outras universidades da Baixada Santista, para que haja aqui um grande laboratório, embrião de um centro de pesquisa para o Porto de Santos e para a região”.

O pró-reitor da USP, José Eduardo Krieger, afirmou que o objetivo da universidade é contribuir com base científica. “É um assunto muito complexo que incide em questões fundamentais para a logística da região”. A entidade fará, com apoio do Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH), ligado a Secretaria de Portos da Presidência da República, a pesquisa para avaliação da capacidade da atual configuração do canal de acesso, a capacidade máxima do canal em termos de atracações e quais as obras de proteção necessárias e restrições que devem ser superadas para uma profundidade de 17 metros.

Além do diretor-presidente da Codesp e demais diretores da empresa, participaram do evento representantes da Universidade, o secretário municipal de Assuntos Marítimos e Portuários de Santos, Eduardo Lopes, e o capitão dos Portos de São Paulo, Ricardo Fernandes Gomes.